Posted by : Francisco Geo quinta-feira, 22 de maio de 2014

Vamos tentar entender os fatos que justificam em parte a nossa industrialização tardia.

ü  No primeiro momento observamos que entre 1500 e 1808, quando o Brasil ainda era colônia. Dessa forma, a metrópole não aceitava a implantação de indústrias (salvo em casos especiais, como os engenhos) e a produção tinha regime artesanal. Um decreto assinado por Dona Maria I. Lembramos também que temos como mão de obra os escravos o que impede de certa forma a formação de um mercado consumidor.

ü  1808 a 1930 ficou marcada pela chegada da família real portuguesa em 1808. Nesse período foi concedida a permissão para a implantação de indústria no país a partir de vários requisitos, dentre muitos, a criação, em 1828, de um tributo com taxas de 15% para mercadorias importadas e, em 1844, a taxa tributária foi para 60%, denominada de tarifa Alves Branco.

ü  Outro fator determinante nesse sentido foi o declínio do café, momento em que muitos fazendeiros deixaram as atividades do campo e, com seus recursos, entraram no setor industrial, que prometia grandes perspectivas de prosperidade. As primeiras empresas limitavam-se à produção de alimentos, de tecidos, além de velas e sabão. Em suma, tratava-se de produtos sem grandes tecnologias empregadas. A chamada indústria de bens de consumo não duráveis.

ü  A Primeira Grande Guerra Mundial impede o país de adquirir produtos do mundo europeu. Começa a política a substituição de importação.

ü  A Crise de 29 é outro grande momento. O café que era o principal produto de exportação. Com a crise econômica de 29 o país também declina economicamente.

ü  É sempre bom lembrar que a riqueza gerada pelo café proporcionou melhorias como construção de ferrovias, investimento em transportes, fontes de energia, aparelhamento dos portos como Rio de Janeiro e Santos. Surgiram cidades. Formam-se um exército de mão de obra em razão da crise do café, que vão servir para atender as necessidades das primeiras indústrias que são criadas. Essa mão de obra é constituída em grande parte de imigrantes que já tinha conhecimento da máquina.
  
ü  Com a chegada de Vargas ao poder temos a criação das primeiras indústrias de base apoiada no primeiro momento com a política de desvalorização da moeda e de tributos protecionistas. Com isso obtêm-se recursos para investir nos transportes e no setor de energia. Nesse momento, o setor privado não tem interesse em investir nas indústrias de base em razão do investimento alto e do retorno demorado.

ü  A nossa economia antes do processo de industrialização era de uma economia de arquipélago. A economia brasileira funcionava como um “arquipélago”, ou seja, um conjunto de áreas econômicas que funcionavam como “ilhas”, uma vez que eram voltadas para o exterior e desarticuladas entre si. Assim acontecia com a cana-de-açúcar no Nordeste, o café no Sudeste e a borracha no Norte.
ü  A indústria foi grande responsável pela integração da economia brasileira em torno de um único centro polarizador, no caso a região Sudeste. Essa nova organização espacial do Brasil em função da industrialização gerou os grandes complexos regionais.
ü  No governo de Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, a preocupação estatal foi com a indústria de base, com enfoque na produção de energia e setor de transportes; já no governo de Juscelino Kubitschek, o setor automobilístico teve a atenção maior.
ü  A ação do Estado foi fundamental para desencadear o processo de industrialização brasileira, por exemplo, criando empresas estatais, como a antiga Companhia Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica Nacional, Fábrica Nacional de Motores FNM, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf para investir na indústria de base. Sem elas não seria possível à implantação de indústria de bens de consumo duráveis.
ü  A ocorrência da Primeira Guerra Mundial trouxe para o Brasil uma importante consequência econômica, o desenvolvimento de um surto de substituição de importações, resultado das dificuldades geradas no comércio internacional;
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Quem sou eu

Formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF)(Licenciatura), Bacharel em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Curso de extensão em O&M pela Fundação Getúlio Vargas, Pós-graduado em gestão ambiental pela Ferlagos, Professor da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro e da rede particular, professor de curso preparatório militar, cursos pré-vestibular.

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