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ESPAÇO GEOGRÁFICO RURAL




O ser humano é o principal elemento de transformação do espaço.
Surgem assim novas paisagens:

  • Paisagem Rural
  • Paisagem Urbana
  • Paisagem Natural – aquela que não sofreu nenhuma ação humana. As transformações ocorrem pela ação dos elementos da natureza: furacões, chuvas, rios, neve, vulcões etc.

Esses elementos modificam a paisagem normalmente em longos ciclos.
Quando temos a ação humana na natureza, determinamos o espaço como “espaço geográfico”.

Dois aspectos principais que caracterizam o chamado Espaço Geográfico:

·         As transformações foram rápidas. Os elementos naturais foram quase que eliminados.
        Como exemplo, temos os grandes centros urbanos.
·         Organização do espaço.

O homem no espaço natural com funções específicas:

  • Exploração de minérios
  • Obtenção de água
  • Produção de alimentos
  • Extração de madeiras
  • Lazer
  • Estradas


Tudo isso transforma os espaços naturais em espaço geográfico.


  • Cada espaço geográfico tem uma função diferente e características próprias.
  • A transformação do espaço natural incialmente é baseada na economia predatória:
Os grupos humanos existentes retiram tudo que precisavam da natureza como a coleta de frutos, raízes, caça e pesca.

- Esse período é denominado de Período Paleolítico. Nesse período usavam-se instrumentos e armas rudimentares, onde a maioria era feitos com pedras lascadas (Idade da Pedra Lascada).

- Período Paleolítico é marcado também pela descoberta do fogo, machados e arco e flecha.

Obs.: Os agrupamentos urbanos se deslocavam em busca de alimentos e clima mais agradável. (Nomadismo)

- Período Neolítico – Idade da Pedra Polida. Característica desse período são os agrupamentos humanos que se fixam (sedentarização), a descoberta da agricultura e pecuária.

Obs.: Surgem os primeiros núcleos do espaço geográfico rural.

- Toda essa transformação, assinala a passagem da Pré-história para a História – Produção Agrícola.

- A partir deste momento, o homem passa a ter um domínio maior sobre a natureza como armazenamento de cereais, frutas, carne, etc.

- As primeiras aglomerações surgiram nos vales dos rios Nilo (África), Tigre e Eufrates, Ganges e Amarelo.

- Novas técnicas e invenções surgem: cerâmica, tecelagem, roda, moinhos e fundição de metais.

- O Espaço Rural depende da natureza. Elementos essenciais: água, alimentos e energia.

- Os elementos por mais artificiais que pareçam, tem como base as matérias-primas que são provenientes da natureza.

- O homem com essa necessidade, acabou provocando profundas transformações ao meio.

- As alterações foram rápidas, resultando em alguns problemas.

- A natureza não tem tempo repor todos os recursos renováveis. Isso se deve:


  • A aceleração do crescimento populacional
  • Rápida urbanização
  • Inserção de pessoas na sociedade de consumo
  • Aumento do volume dos produtos industrializados

- O processo é acelerado, o que resulta na dificuldade de encontrar soluções rápidas a fim de amenizar tal impacto ao meio ambiente.

- Muitos recursos podem vir a refletir, como exemplo, temos a questão da água em algumas partes do mundo, inclusive no Brasil.

- A natureza não determina o homem e nem o homem a natureza, mas há uma interelação entre o homem e a natureza.

- Os recursos naturais estão distribuídos de maneira irregular, o que pode influenciar a organização socioeconômica humana.

- As novas tecnologias tem buscado diminuir a influência da natureza sobre a humanidade. Exemplo: irrigação em lugares desérticos.

- Infelizmente, nem todos detém de tais tecnologias. Algumas sociedades por possuírem mais recursos, desfrutam destas modernidades.

- A natureza impõem limites.

·         Mesmo como toda a modernidade, o homem não rompeu definitivamente com a natureza.

·         Existem as barreiras climáticas, locais inóspitos que dificultam à agropecuária.

·         Alguns produtos aqui fáceis de serem produzidos tornam-se raros em países de clima temperado.

·         Os climas representam o limite mais evidente para a agropecuária.

·         Áreas polares, as altas montanhas, regiões semiáridas e áridas, são difíceis para o cultivo. Mesmo com as novas tecnologias, seus custos são altos.

Obs.: As áreas de difícil ocupação humana recebe o nome de anecúmenos.

- A humanidade como distribuidora de espécies:

·         Século XV temos as grandes navegações – ocorre o processo de aceleração das espécies.

- Nos dias de hoje, o contrabando de espécies raras, continuam, no caso para as indústrias farmacêuticas (biopirataria).

- A Amazônia e o Cerrado são dos dois grandes biomas brasileiros que sofrem com a biopirataria, em razão da sua biodiversidade.

- Os avanços tecnológicos tem permitido o processo de expansão das áreas onde são cultivadas as diferentes espécies de vegetais:
  • Aumento das áreas cultiváveis – áreas até então impróprias para o cultivo como   zonas áridas e semiáridas, hoje são produtivas. Uso sistema de gotejamento,  irrigação, adubação química do solo, reviramento do solo e etc.  
  • Aumento das áreas cultiváveis – áreas até então impróprias para o cultivo como zonas áridas e semiáridas, hoje são produtivas. Uso sistema de gotejamento, irrigação, adubação química do solo, reviramento do solo e etc.


·   Aumento das áreas cultiváveis – áreas até então impróprias para o cultivo como zonas áridas e semiáridas, hoje são produtivas. Uso sistema de gotejamento, irrigação, adubação química do solo, reviramento do solo e etc.

·    Tudo isso, colabora para o aumento da produtividade. As pesquisas em biotecnologia na criação de sementes e plantas mais resistentes a pragas, evolução de técnicas e instrumentos agrícolas.

ESPAÇO RURAL

As três primeiras atividades econômicas do meio rural:

  • Extrativismo (vegetal e animal)
  • Agricultura
  • Pecuária

- Coma Revolução Industrial, aumenta-se o cultivo de plantas (meados do século XIX)
·         Grande crescimento populacional – maior demanda por produtos agrícolas para a alimentação e vestuário.

·         As áreas cultiváveis do mundo representam somente 14,9%. Os obstáculos como áreas áridas, desertos, geleiras e montanhas, dificultam o cultivo, daí da forte intervenção humana.

·         O habitat rural vai variar de região para região.

- Habitat rural tradicional – caracterizada pela dependência da força de trabalho humana e animal. Isolamento da economia moderna. Pouco ou nenhum contato com as cidades. Pode ser disperso ou aglomerado.

- Habitat rural moderno – comum em países desenvolvidos e em alguns países subdesenvolvidos industrializados. São modernas e mecanizadas. Integração a economia mais moderna e as cidades. Relação campo-cidade. O campo fornece alimentos e matérias-primas e a cidade em troca fornece maquinários agrícolas, adubos, pesticidas e etc.

- Esvaziamento do Espaço Rural

O campo vem sofrendo, esvaziamento. O processo de esvaziamento acelera a partir do século XIX com a Revolução Industrial.

O processo de urbanização é desigual. País desenvolvido tem maior urbanização e um campo mais vazio.

AGROINDÚSTRIA

- Foi impulsionada com o fim do colonialismo e ampliação da Revolução Industrial.
O processo de desenvolvimento da agroindústria, só se desenvolveu em razão da expansão da urbanização. O processo de urbanização provoca uma necessidade maior de produtos (matérias-primas), daí da sua modernização. Utiliza-se um número, reduzido de mão de obra, pois o emprego de novas tecnologias substitui o homem. O uso de trabalhadores permanentes é baixo (motoristas, agrônomos e veterinários). Temos os temporários. Aqui no Brasil são os boias-frias. No EUA, os imigrantes ilegais servem de mão de obra para as lavouras.

- Década de 1970 – expansão da agroindústria no Brasil. Produção de cana-de-açúcar. Crise do Petróleo em 1973 – Governo cria o Proálcool.

- As nossas lavouras hoje, sofre com a redução da mão de obra temporária, especialmente na época de colheitas como a cana de açúcar.

- Motivos da Redução – introdução das máquinas agrícolas, mecanização do campo, mão de obra especializada.

- Consequências – êxodo rural, que vai provocar inchaços urbanos nas pequenas e médias cidades, originando bairros pobres, periferia, problemas tipos de cidades grandes.

- No Brasil, a agroindústria expande-se desde 1970. No centro-sul surgem grandes complexos.

- A soja depois da cana-de-açúcar ganha espaço na agroindústria. Inicialmente foi cultivada no sul do país e depois passo a ser cultivada no centro-oeste. O cultivo no centro-oeste deu-se em razão do emprego de tecnologias na qualidade das sementes e na correção dos solos ácidos (sistema de calagem).

- Oeste de SP e o Triângulo Mineiro - áreas modernizadas do país com criação de gado e confinado e ração balanceada.

AGRICULTURA DE SUBSISTÊNCIA

- É aquela onde o camponês produz o necessário para atender as necessidades de sua família, o que resta, ele pode até negociar ou trocar. Utilizam-se técnicas rudimentares, trabalho manual, às vezes com tração animal e baixa produtividade.

AGRICULTURA DE PLATATIONS

- Desenvolvida a partir do século XVI, quando os europeus ampliaram sua expansão colonial na África, Ásia e América. Os portugueses foram os primeiros a instalar esse tipo de agricultura (Açores). A mão de obra era escrava (africana), grandes propriedades (latifúndios), produção voltada para o mercado externo, monocultura (produto tropical).

A QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL

Grande concentração de terras, confronto inicialmente com os indígenas, terras distribuídas pela Coroa Portuguesa (capitanias hereditárias). A partir do século XIX temos a formação de grandes massas camponesas (fim da escravidão e a vinda de imigrantes).

Século XX - aumento da população rural quanto a concentração de propriedades.  - Agrava mais ainda a questão agrária brasileira. 

1960 - As leis desta década acaba gerando o quadro atual - fim do colonato e a expulsão do trabalhador rural.

- A estrutura agrária no Brasil apresenta-se concentrada nas mãos de uma minoria.

- Tal situação data do Brasil Colônia:

  • princípio uti possidetis - posse pelo uso.
  • cultivo da cana-de-açúcar, utilizavam-se grandes propriedades.
  • século XIX - nova atividade agrícola (café).
Café - Vale do Paraíba (RJ) - (interiorização) oeste paulista (SP) - formação de uma elite que domina a política e a economia do país (café com leite).

- Sudeste torna-se a região mais rica.
- Junto a produção de café, permiti-se a a agricultura de subsistência. Inicialmente com os escravos, mais tarde os imigrantes. Muitos trabalhadores passam a ser assalariados permanentes, mas sem registro, nem o recolhimento de benefícios e encargos sociais.

1964 - novas leis impostas pelos militares - 13º salário e férias remuneradas. Tais medidas resultam em dispensas nas fazendas e acaba gerando aumento do êxodo rural. migrações  para o centro-oeste em busca de novas terras e surgimento dos sem-terras. 

- A região do sul é a única que diferencia-se de ocupação agrícola:

  • propriedade de pequeno porte (minifúndios)
  • trabalhadores (colonos europeus) (famílias)
  • Policultura
  • clima diferenciado
  • produção para o comércio e sua subsistência
  • garantir a soberania nacional
No governo militar, Castelo Branco sancionou a lei 4504, que tratava do Estatuto da Terra. Até então, foi o melhor proposta organizada de reforma agrária no Brasil. Infelizmente esse projeto acabou sendo marginalizada.


Observação:

- Grileiro termo dado a pessoa que forjam documentos, subornando cartórios, se tornado dono das de terras muitas vezes já ocupada por famílias a anos ou até reservas indígenas, causando conflitos.  

O termo grileiro vem do costume de se colocar grilos dentro de uma caixa com os documentos forjados para esses adquirirem aspecto envelhecido por conta dos excrementos dos grilos.

- Uti possidetis  - é um princípio de direito internacional segundo o qual os países que de fato ocupam um território possuem direito de posse sobre este. 
Pelo Uti Possidetis a terra deveria ser ocupada por aqueles já se encontravam estabelecidos nela, com residência fixa e trabalho nas redondezas. Desta forma os portugueses se firmaram no grande território que hoje forma o Brasil.
Se pararmos para analisar a aplicação desse princípio, observaremos quem de fato teria direito, seria os indígenas que aqui já habitam antes dos portugueses, portanto, os verdadeiro donos.

- Sabemos que  o processo de concentração fundiária caminha junto à industrialização da agropecuária com predomínio de capitais. Os pequenos agricultores não conseguem competir e são forçados a abandonar suas lavouras de subsistência e vender suas terras. A mecanização também contribui para a redução do trabalho humano, exigindo  especialização de funções. Observamos um aumento do trabalho assalariado e de diaristas.



domingo, 15 de março de 2015
Posted by Francisco Geo

Quem sou eu

Formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF)(Licenciatura), Bacharel em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Curso de extensão em O&M pela Fundação Getúlio Vargas, Pós-graduado em gestão ambiental pela Ferlagos, Professor da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro e da rede particular, professor de curso preparatório militar, cursos pré-vestibular.

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