Posted by : Francisco Geo domingo, 19 de setembro de 2010



As fronteiras e os Estados

- África foi retalhada em territórios coloniais a partir do congresso de Berlim (1884 – 1885).
- Foram 15 nações européias mais o EUA que participaram da reunião. (Otto Von Bismarck)
- O congresso de Berlim não dividiu o continente em colônias, mas fixou princípios para evitar conflitos entre potências européias que se lançavam à partilha da África.
- Na década seguinte, as potências apresentaram-se em estabelecer bases coloniais e traçar fronteiras, a fim de garantir a soberania sobre os territórios que começavam a ocupar.
- Início do século XX – dominação política européia.
- Grã-Bretanha e a França – tornaram-se as potências colônias dominantes.
- Britânicas estabeleceram soberania desde o Egito até a União Sul-Africana, ao longo da África oriental.
- Os franceses concentraram suas colônias no Magreb e na África ocidental e equatorial.
- Os projetos britânicos e franceses entram em colisão no Sudão e na questão do domínio sobre esse território provocou ma amarga confrontação colonial entre as duas potências.
-Alemanha, Portugal, Espanha e Itália ocuparam territórios marginais.
- Centro de continente – Congo que deixa de ser colônia privada, e passando a soberania da Bélgica.
- As potências européias produziram na prática, a divisão política da África, traçando fronteiras sobre espaços étnicos e culturais dos quais pouco conheciam.
- As metrópoles européias traçaram divisões administrativas no interior dos seus territórios na África.
- Os estados independentes que surgiram no pós-guerra, herdaram.
- Início da Segunda Guerra Mundial – continente africano exibia apenas quatro estados independentes: Egito, África do Sul, Etiópia e Libéria.
- Egito e África do Sul – foram os principais a romper com a Grã-Bretanha.
- Etiópia – antiga monarquia cristã africana, que sofreu apenas uma fracassada tentativa de ocupação pelos italianos entre 1935 a 1941.
- 1822 é criada na Libéria – uma sociedade arti-escravista norte-americana, cria esse estado, afim de estimular a transferência de escravos libertos para a pátria inventada na África.
- 1960 – libertação da maioria das colônias africanas ocorreu na década de 1960.
• A independência em alguns casos foi conquistada a partir de guerras e movimentos armados de libertação, que acabaram provocando a retirada ordenada das potências européias.
- França concedeu a independência para quase todas as suas colônias na África subsaariana em 1960, conservando laços de cooperação econômica militar e cultural.
- Algumas colônias britânicas também alcançaram a independência através de negociações.
- últimos países a alcançarem a independência contam-se as colônias portuguesas da Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
• Moçambique e Angola travaram longas guerras de libertação e o colonialismo só terminou em 1975. Obs. Nesses dois países mesmo independente as guerras continuam, são os conflitos etnotribais.
- No momento das independências, o poder político e militar transferiu-se das antigas metrópoles para as elites nativas urbanas.
• Muitas vezes, essas elites representavam apenas um dos grupos étnicos do país, marginalizando por completo as etnias rivais.
- A vida política sempre é sobressaltada por sucessivos golpes de estado e envenenada pela violência e corrupção.
- 1961 – OUA, Organização de Unidade africana, em Adis Abeba, na Etiópia, como instituição de cooperação e segurança continental.


A África esquartejada

Quando olhamos para o mapa-múndi, notamos que o continente africano ocupa uma posição singular: atravessado pelo meridiano de Greenwich e pela linha do Equador, surge como o centro do mundo. Aparente berço da humanidade, a África, tal qual uma mãe, tem de purgar silenciosamente todos os desmandos do "Homo superior".

Fornecedora da mão-de-obra que enriqueceu a Europa, paradoxalmente foi esquartejada na Conferência de Berlim (1884-85): constituiu-se em 53 países separados por fronteiras artificiais, com incontáveis grupos etno-culturais que tiveram sua coexistência, nem sempre pacífica, e seus modos de vida destruídos em nome do progresso.


Não bastasse o quadro natural adverso (1/3 de áreas desérticas e em expansão e florestas impenetráveis), a África é vítima do seu passado: possui o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o maior IPH (Índice de Pobreza Humana) do mundo, ou seja, o menor PIB per capita, a menor taxa de urbanização, as maiores taxas de analfabetismo, de subnutrição, de natalidade, de mortalidade, de mortalidade infantil e de crescimento demográfico).


Além disso, convive com as doenças e a fome (na Somália, na Etiópia e no Sudão) e as guerras civis em Angola, Serra Leoa, Burundi, Ruanda e na República Democrática do Congo (ex-Zaire) e de fronteira (Chifre da África).


Sua economia, primário-exportadora, assegura o desenvolvimento, ainda que reduzido, de poucos países (Líbia, Egito, Marrocos, Tunísia, Zimbábue e África do Sul).

A maioria das nações vive da economia de subsistência, da plantation, quando não adoece ou passa fome.


Por ter mercado consumidor escasso, a África não pode participar do mundo globalizado, para o qual, não passa do lar de Tarzan e merece ser castigada, pois ousou sonhar com a liberdade após a "civilizada" 2ª Guerra Mundial. Seu lugar é apenas nos mapas.


Não bastasse isso, há duas décadas, a África da fome, das guerras e dos refugiados morre lentamente, vítima da AIDS. Mais de 23 milhões de casos numa população de 760 milhões de pessoas.


Nos 16 países em que mais de 10% da população está infectada (36% em Botsuana, 25% no Zimbábue e na Suazilândia, 20% na África do Sul e em Zâmbia), o HIV matará cerca de 80% dos adultos.


A malthusiana omissão mundial é tão inquietante quanto a cínica "solidariedaids". A sensação de que a humanidade é matricida é desoladora. Ainda mais quando os jogadores de futebol de Camarões nos dão um exemplo da infinita alegria que é o ato de viver.


Economia

A maior parte da África vive em situação de subdesenvolvimento e pobreza, por várias causas: condições climáticas de extrema aridez ou umidade, pobreza dos solos, técnicas tradicionais, má administração e uma infraestrutura econômica herdada do colonialismo.
A agricultura e a criação de gado são as atividades mais importantes, embora, à exceção das grandes plantações controladas por proprietários locais ou por empresas estrangeiras, a renda seja escassa e a produção não satisfaça as necessidades alimentares da população. O clima é o fator determinante do tipo de lavoura de cada região. Nas zonas de clima mediterrâneo pratica-se a característica agricultura de cereais, oliveiras, videiras, frutas, legumes etc. As grandes plantações tropicais de cacau, café, chá, seringueiras, sisal, dendê, algodão, banana e cana-de-açúcar ocupam amplas zonas nas franjas tropicais do continente, alternando-se com pequenas lavouras nativas de cereais (painço e sorgo), algodão e hortaliças e com a criação de gado bovino e ovino, de baixo rendimento. As plantações se estendem também pela zona equatorial, combinadas com a exploração de madeiras preciosas (mogno, ébano) e com um tipo de agricultura itinerante de tubérculos (mandioca, batata, inhame), praticada com técnicas rudimentares em solos muito pobres.
A maior riqueza da África são os recursos minerais, explorados sobretudo na República da África do Sul (ouro, diamantes, urânio, vanádio, níquel etc.) e no planalto de Katanga, no Zaire (cobre, zinco, chumbo, estanho), o que favoreceu um importante desenvolvimento industrial nessas regiões. Outros abundantes recursos do subsolo africano são o ferro, a bauxita, o manganês e o cobalto. O Saara possui grandes reservas de fosfatos, petróleo e gás natural. O continente é pobre em jazidas de carvão, mas o enorme potencial hidrelétrico de seus rios e lagos constitui importante fonte de energia, capaz de impulsionar o desenvolvimento industrial; as principais represas são as de Assuã, no rio Nilo (Egito), Owen Falls, na cabeceira do mesmo rio (Uganda), Akosomba, no Volta (Gana), e Kariba, no Zambeze (Zâmbia-Zimbábue).
A indústria só está desenvolvida na África do Sul, o país mais rico do continente (siderurgia, têxteis, produtos alimentícios), no Zimbábue e em alguns países árabes. Zaire e Zâmbia têm algumas indústrias de mineração.

História

A presença do homem no continente africano remonta ao início da era quaternária ou ao fim da terciária. A descoberta de muitos restos de hominídeos fósseis -- australopitecos, atlantropos, homens de Neandertal e de Cro-Magnon -- em diferentes pontos da África demonstra a importância dessa parte do mundo na evolução da espécie humana e indica, até, a possibilidade de que o homem seja originário desse continente. A seqüência cultural do paleolítico ao neolítico é paralela à de outras zonas da Europa e da Ásia, com diferentes focos de desenvolvimento regional. Muitas zonas do interior do continente, meio isoladas, permaneceram em estágios paleolíticos, embora o processo de neolitização se tenha iniciado em 10000 a.C., com graus diversos de aceleração.
A África setentrional entrou muito cedo na história. O florescimento da civilização egípcia e a inter-relação com outras áreas culturais do mundo mediterrâneo vincularam estreitamente essa região, durante muitos séculos, com o desenvolvimento geral da civilização ocidental. As colônias fenícias, Cartago, a romanização, a fixação dos vândalos e a influência bizantina deixaram em toda a África mediterrânea um substrato cultural que mais tarde seria assimilado e modificado pelos árabes, cuja civilização encontrou no continente africano um importante campo de expansão e consolidação. O Islã se estendeu pelo Sudão, o Saara e a costa oriental, seguindo as rotas comerciais do interior da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e estabelecendo encraves marítimos (especiarias, seda) no Índico.
Ao mesmo tempo, a África negra conheceu o florescimento de uma série de impérios e estados, nascidos em conseqüência da submissão de grandes clãs e tribos ao poder de um único soberano de caráter feudal e guerreiro. Os mais importantes desses impérios foram o de Aksum, na Etiópia, que chegou ao apogeu no século XIII; o de Gana, desenvolvido entre os séculos V e XI e sucedido pelos estados muçulmanos de Mali (séculos XIII a XV) e de Songhai (séculos XV e XVI); o reino Abomey de Benin (século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX).
No século XV iniciou-se a exploração européia das costas ocidentais africanas, estimulada pela busca de novos caminhos para a Ásia, depois do fechamento do comércio no Mediterrâneo oriental por parte dos turcos. Portugueses, espanhóis, franceses, ingleses e holandeses competiram pelo domínio da nova rota mediante o estabelecimento de feitorias costeiras e portos de embarque para o tráfico de escravos. Ao mesmo tempo realizavam-se as primeiras expedições ao interior do continente: Charles-Jacques Poncet na Abissínia, em 1700; James Bruce em 1770, em busca da nascente do Nilo; Friedrich Konrad Hornermann no deserto da Líbia, em 1798; Henry Morton Stanley e David Livingstone na bacia do Congo, em 1879.
Desde o século XIX, os interesses econômicos e políticos das potências européias estimularam a penetração e a colonização do interior da África. O desejo de criar impérios que se estendessem de costa a costa alimentou a rivalidade entre o Reino Unido (que conseguiu ocupar uma faixa de alto a baixo, do Egito à África do Sul, além de outras zonas no golfo da Guiné), a França (estabelecida na África norte-ocidental, em parte da África equatorial e em Madagascar) e, em menor medida, Portugal (Angola, Moçambique, Guiné e diversas ilhas estratégicas), Alemanha (Togo, Tanganica e Camarão), Bélgica (Congo Belga), Itália (Líbia, Etiópia e Somália) e Espanha (parte do Marrocos, Saara Ocidental e encraves na Guiné). A partilha da África se consumou formalmente na Conferência de Berlim de 1884-1885, na qual se firmou o princípio da ocupação efetiva como forma legitimadora da posse de colônias.
O regime colonial acarretou a destruição ou modificação das estruturas sociais, econômicas, políticas e religiosas de grande parte da África negra. A independência das colônias, iniciada depois da segunda guerra mundial e concluída principalmente entre 1960 e 1975, foi ameaçada por graves problemas de integração nacional, resultantes da arbitrariedade das fronteiras herdadas do sistema colonial, além da insuficiência econômica (a população africana cresce com rapidez muito maior que a produção de alimentos). A dependência econômica e política em relação às antigas metrópoles, a administração ineficiente, as disputas tribais e ideológicas, tudo isso agravado pelo crescimento demográfico e urbano, são os principais obstáculos ao desenvolvimento dos novos países, cujos governos, de caráter militar ou presidencialista na maioria, tendem a adotar políticas socializantes como modo de se libertarem das potências estrangeiras. A cooperação coletiva para resolver esses problemas fez surgirem diversas organizações supranacionais baseadas na idéia do pan-africanismo, ou união de todos os povos africanos em torno dos interesses comuns; a mais importante é a Organização da Unidade Africana (OUA).

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Quem sou eu

Formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF)(Licenciatura), Bacharel em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Curso de extensão em O&M pela Fundação Getúlio Vargas, Pós-graduado em gestão ambiental pela Ferlagos, Professor da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro e da rede particular, professor de curso preparatório militar, cursos pré-vestibular.

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