Posted by : Francisco Geo domingo, 17 de junho de 2012


Leia com atenção o trecho selecionado e responda ao que se pede.
"Snacks” de milho transgênico.

A PepsiCo/Elma Chips está substituindo o milho convencional pelo geneticamente modificado (OGM) na produção de snacks no Brasil. As marcas Cheetos e Fandangos já estão sendo fabricadas com milho transgênico. Em nota, a PepsiCo informou que a decisão teve como base a perspectiva de inviabilidade de assegurar a compra de milho convencional para atender ao volume total de matéria-prima comprada pela companhia, devido ao aumento significativo de produção de milho OGM, no Brasil. Em linha com a legislação brasileira, as embalagens dos snacks passarão a ter impressos a frase "salgadinho geneticamente modificado", e o triângulo amarelo com a letra T, símbolo do transgênico. A CTNBio, órgão do governo, permite o cultivo de 17 tipos de milho OGM no país.


(Adaptado da reportagem de Flávia Oliveira, O Globo, p. 24.18 maio 2011).

a) Associe a posição da empresa, em relação à ampliação no uso dos OGM, à dinâmica do complexo agroindustrial.
b) Explique dois argumentos contrários ao cultivo dos OGM que são defendidos por ambientalistas.

Resolução:

a) O aumento no uso dos OGM nos snacks brasileiros corresponde à ampliação do consumo de produtos agroindustriais na sociedade brasileira frente à grande demanda urbano-industrial por matérias-primas no país, na atualidade. Como o Complexo Agroindustrial corresponde a uma cadeia de investimentos em setores diversos (pesquisas, financiamentos, uso de insumos...) voltados para a ampliação do consumo em escala urbana mundial, a velocidade da plantação dos OGM corresponde mais à lógica do complexo do que à dos cultivos tradicionais. Isto pode explicar o aumento expressivo da produção do milho transgênico no Brasil, já que a produção tradicional dessa matéria-prima não dá conta das necessidades do Complexo Agroindustrial atual em ampliar as suas redes de comercialização nos mercados emergentes. Os produtos OGM passaram a compor hoje os fundamentos para o crescimento do setor agroindustrial brasileiro e para a sua expansão no mercado interno e internacional.
b) Entre os argumentos contrários, estão:

- migração dos genes das plantas geneticamente modificadas para outras plantas de cultivo tradicional, causando mudanças genéticas inesperadas;
- plantas geneticamente modificadas são mais resistentes aos herbicidas, ampliando-se o uso dos mesmos, o que contaminaria as próprias plantas, os solos e lençóis freáticos;
- poluição genética dos solos devido à liberação de determinadas toxinas, o que causaria infertilidade dos mesmos;
- risco de os insetos e predadores de plantas geneticamente modificadas tornarem-se mais resistentes; -  declínio e/ou desaparecimento de determinadas espécies de insetos (devido ao uso de toxinas muito poderosas), o que afetaria a cadeia alimentar;
- os OGM aumentam os índices de alergia nos humanos;
- genes de resistência a antibióticos, existentes em alguns OGM, podem passar para o intestino humano; - o DNA de um alimento transgênico pode ultrapassar a parede intestinal de um hospedeiro, causando uma mutação genética;
- objeções éticas que colocam em questão a legitimidade do ser humano em realizar o intercâmbio de genes entre espécies completamente diferentes;- o domínio tecnológico de algumas empresas sobre os transgênicos, eliminando a variedade de espécies, grãos, sementes, e criando um monopólio internacional sobre o setor agroalimentar nos países.

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Quem sou eu

Formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF)(Licenciatura), Bacharel em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Curso de extensão em O&M pela Fundação Getúlio Vargas, Pós-graduado em gestão ambiental pela Ferlagos, Professor da rede estadual do Estado do Rio de Janeiro e da rede particular, professor de curso preparatório militar, cursos pré-vestibular.

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