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- Conflito na Bolívia
Conflito na Bolívia quase leva a uma guerra civil
A Bolívia sempre apresentou instabilidade politica. Já sofreu 193 golpes de Estado. Desde o início de seu mandato, o governo do presidente Juan Evo Morales Ayma (do partido Movimento ao Socialismo) impôs grandes perdas aos departamentos (estados) mais ricos do país, principalmente ao promulgar uma lei que federalizou a receita advinda da exploração das reservas de gás. Em 2008, em um processo de crescente tensão política, os departamentos de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando (que, juntos, possuem mais de 80% das reservas de gás do país) passaram a exigir maior autonomia em relação ao governo federal, defendendo mudanças na distribuição dos impostos e na escolha de seus governadores. A crise se intensificou em consequência de três fatores: (a) interferência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em favor de Evo Morales; (b) acusações do governo boliviano contra os EUA, alegando que os separatistas recebiam apoio da diplomacia norte-americana (o embaixador norte-americano chegou a ser expulso do país); e (c) realização de referendos (sem apoio legal), nos departamentos citados acima, com o objetivo de aprovar constituições autonomistas.
O papel da diplomacia brasileira
Depois de embates violentos em algumas províncias - o país esteve à beira de uma guerra civil -, opositores e governo concordaram em iniciar conversações, graças, em grande parte, à interferência da diplomacia brasileira. A tentativa de intermediação brasileira se deveu, principalmente, a três questões: (a) evitar um clima de instabilidade que causaria reflexos na fronteira da Bolívia com os estados do Acre e de Rondônia, inclusive com a entrada de refugiados bolivianos no Brasil; (b) há quase 15 mil cidadãos brasileiros vivendo em solo boliviano; e (c) impedir que o clima de violência comprometesse o fornecimento de gás ao Brasil.